28 setembro 2010

Mais um dia

Metrô de SP algum dia da semana, by myself


"o que cada busão lotado tem pra te dizer?
Linguagem coletiva manifesta seu poder " Comunicação, Fluxo



 
17h45
o "embaque inteligente" já havia começado, como de praxe. contenção de fluxo, no caso, seria o nome mais adequado.
Centenas e centenas enfileirados.
Trabalhadores e trabalhadoras, estudantes, idosos mais ou menos acostumados com a desumanização imposta pelo frágil sisntema.
Alguns poucos esboçam o descontentamento, mas logo são reprimidos pela massa que, descrente, prefere fazer piada e rir de mais um "rodo cotidiano".

18h15
Somos empurrados pra dentro do trem, como num estouro de boiada, mas uma passageira lembra que os bois, talvez, estes sejam mais "civilizados".
lá dentro, o calor é grande. o cheiro dos corpos cansados de um dia de labuta exala vagão a dentro. crianças choram. senhoras idosas a beira de um desmaio e sem preferência alguma nos assentos reservados a elas.
um pisão de pé é motivo de briga feia, já que a essa altura, a paciência ficou do lado de fora.
e claro, não é necessário segurar em lugar algum, já que (1) não tem espaço (2) a lotação faz com que as pessoas, ao estarem escoradas, sirvam umas de apoio às outras.
uma musica na mente: "... por aqui não tem jeito, todo mundo se encosta.."

18h45
sou chutada para fora, aliviada.

Sobrevivi mais hoje.

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