11 junho 2016

Dia 5.1

Ela me chamou pra cantar.
Eu disse não.
Eu disse não ao controle.

E muito embora soubesse da dor de reviver todos os sentimentos de todas  aquelas noites insones, eu decidi dizer não.

A ferida daquele final de 2014 estaria exposta.
Lembrei do colchão no chão,  quarto escuro, celular debaixo do travesseiro. Eu tomando remédios pra dormir de 2 em 2 horas.

A ferida das vezes em que  ela viajava e se encontrava com aquela mulher, estaria sangrando.

A memória da omissão de mim mesma estaria viva.

Mesmo assim, eu disse não.

Eu sabia que esse lixo seria, mais uma vez, remexido e o odor podre subiria até minhas narinas. Me sinto inundada e imundada por esse chorume.

Mesmo adsim, eu decidi dizer não.

A diferanca de ontem pra hoje é que não estou mais só.

Iya MeSan Orun
Sopre os maus sentimentos para longe de mim.
Faça de mim borboleta suave a bailar na brisa leve.
Epahey


06 junho 2016

Calada
mastigando palavras
digerindo ideias

alguma paralisia me envolve
areia movediça
água salgada
queima a garganta
acalma o Ori.

Me acostumei a submeter meus desejos aos seus
Me acostumei a ter você me dizendo pra onde ir
Quando voltar
O que fazer

Escapei de mim
Escorreguei na esquina do amor romântico
Esqueci dos meus valores
Esqueci de mim numa dessas curvas.

O retorno, por isso, é tão urgente
Não se voa longe sem carregar na mala
amor próprio