25 agosto 2010

Um templo em mim

Quando era mais nova, em anos, isso significa dizer, quando tinha 15, 16 anos, meu pai, toda vez em que nos reuníamos numa festa de família, levava o videokê.

Descobri minha vocação para o canto aos 10, quando, numa feira de animais, daquelas em que a gente ganhava pintinhos coloridos, lembra? Numa dessas, resolvi, na inocência da criança, subir num palco de 2x2 e cantar minha música preferida. Eu sempre detestei competições, mas subir ali e cantar, me parecia tão natural que não hesitei.
De repente, me vi cercada de pessoas. Na minha pequenez infantil, eram centenas de pessoas; na real, deviam ser 20 ou 30. O fato é que naquele momento, era uma multidão que me aplaudia. E eu venci!

Feito o parentêses, aos 15, 16, nas festas, meu pai, depois de umas tantas cervejas, gritava meu nome e dizia: "vem, coloquei a música pra você cantar!" E eu ia.

E ele ficava ali, admirando seu rebento cantarolando, com uma latinha numa mão e um cigarro na outra.

E hoje, aos quase 30, ouvi a mesma música a caminho do trabalho, no carro, depois do horário eleitoral, e essas lembraças invadiram com força, com alma.

Venho chamando por ele há dias, e hoje ele me falou. Obrigada.

A música? Catedral, com ZD.

16 agosto 2010

De volta pra casa

a alma está a procura do perdido
Claro não está, mas posto
Que voltar é necessário e vital

Há quanto tempo vagueia vacilante?

11 agosto 2010


A música que anima os corpos gélidos mudou.
A de agora abate no timo, faz os ossos vibrarem
Ressoando pelo corpo.
E faz tudo se mover.
Apesar do frio e do desejo de
Quiçá permanecer parado.

Reflexo pálido esperançoso
Do porvir...


Ao som de Got to Be More Careful by Jon Cleary

09 agosto 2010

Riders on the storm

"Minhas desequilibradas palavras são o luxo do meu silêncio" Clarice Lispector

O silêncio é um viajante do infinito
que urge.
Quer tornar-se palavra- cantada, gritada, murmurada, que seja.
Qualquer coisa que dê vida.

Dói.
Uma dor insuportavelmente silenciosa.
Não há quem entenda
Silenciar sozinha: parece sina.

E escrever é fruto do silêncio vivo
que escoa a cada tempestade,
invadidando o que sou
pra que o self voe e não cai no esquecimento.

05 agosto 2010

Descoberta 2





A distância.
 A porra da distância.
Não, nada que o carro não resolva.
Mas como é que deixamos chegar a este ponto?
Será que nenhum de nós percebeu?
Estávamos tão impregnados pelo ópio- cotidiano
E consentimos,
pensando andar pela estrada ideal
Esquecendo, porém, que o ideal está no campo daquilo que
NÃO se realiza?

NÃO SE REALIZA!
Caso contrário, estaria na categoria do REAL, EFETIVO, PALPÁVEL.

A vida cobra os desmandos e as cegueiras humanas.

Agora a gente chora.
A gente sofre
A gente finge que não sente.






04 agosto 2010

overmundo.com.br


"Buscando o ponto de equilibrio."

Tem um tempo em que o perdi
Cá no infinito de mim,
Esquecido dentro de uma caixinha
ou de um baú velho.

E se o deixei cair pelo caminho?
Tantas indas e vindas
Tantos desencontros do que sou

Continuo a busca.

"Por mais forte que seja o vento da tempestade
Busque em seu interior o abrigo"