"Talvez esse tenha sido o meu maior esforço de vida: para compreender a minha não-inteligência, o meu sentimento, fui obrigada a me tornar inteligente. (Usa-se a inteligência para entender a não-inteligência. Só que depois o instrumento - o intelecto - por vício de jogo continua a ser usado - e não podemos colher as coisas de mãos limpas, diretamente na fonte.)"
O uso do intelecto in Aprendendo a viver de Clarice Lispector
É simplesmente incrível como Clarice conversa comigo.
Sempre a encontro em momentos de descoberta ou esconderijo de mim mesma.
Todo o esforço que venho fazendo é para isso: beber direto da fonte!
Mas ela acaba de me abrir os olhos e dizer: "não tem volta".
Como sentir se a razão já entupiu os sensores mais finos?
Se estamos viciados a manipular racionalmente
cada lampejo de sentimento?
(chama e ninguém atende)
Estamos trabalhando para isso...
Imagem: Descobrimento do Brasil, Portinari