Ela me disse que se sentia silenciada.
Que passou todos os anos de casamento alheia às decisões.
Que ele comprava bens caros e a "presenteava".
Ela nunca achava graça.
Ela queria ser respeitada, ser ouvida.
Hoje, aos 60 anos, continua tentando vociferar suas opiniões. seus desejos
já não quer mais TER QUE alguma coisa: desde fazer comida, passando por cuidar de crianças ou se preocupar se o filho está tomando remédio ou se alimentando de forma adequada.
Embora esteja presa ao esteriótipo da "bela, recatada e do lar", ele vem se tornando pequeno aos sonhos deixados pelo caminho....
Ela não sabe dar voz a essas inquietações, porque sempre lhe foi negado o lugar de fala.
Ela quase não sabe que pode.
E eu aprendi a me calar com ela.
A aceitar tantas violências em silêncio, de forma natural.
A ser "boazinha" pra evitar o conflito externo,
Já que internamente aquilo nos fragmenta.
Eu hoje estou colando os cacos.
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técnica japonesa para consertar objetos de porcelana quebrados, rompidos ou com rachaduras usando a resina da árvore de laca e pó de ouro