29 setembro 2006



Não, não que um copo de pinga com mel nos transforme em mulheres.
Na verdade, esse copinho, nos faz lembrar que somos humanas
temos necessidades
Desejos de ser
Vontades
Decepções (e não foram poucas. Talvez elas tenham nos ensinado muito....)
Temos que dar conta de muitos seres:
Ser mulher
Ser mãe
Ser filha
Ser trabalhadora
Ser aluna
Ser amiga
......................

como conciliar posições tantas vezes opostas?
Onde começa a mulher e termina a mãe? (o contrário também se aplica)
É, não há demarcações claras, sei disso.
Não há limites, a não ser aqueles criados pela sociedade
dos quais tentamos fugir desesperadamente
E notamos, em alguns momentos, não ter a saída imaginada.
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Mas a gente luta
TODOS oS DIas.
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Esmorecer?
SIM, muuuitas vezes.
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Mas a gente luta
ATEh o FIm DOS NOSsos DIAS.

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27 setembro 2006


" Hoje a noite é de alegria
Quero ver recitar a poesia"
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Roda de Samba
Ação Educativa - 26/09/2006
Lançamento do livro: "Notícias Jugulares"
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Beijo pra Fran
Dividindo aflições da maternidade e um copo de pinga com mel,
porque antes de mãe, somos mulheres!
Beijo pra Érica tbém
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22 setembro 2006

[hj, nada de imagens! só pra estimular a memória]

Estava eu voltando pra casa,
seguindo a ordem da vida.
Senti um perfume familiar
E comecei a pensar sobre como o olfato
Remexe por dentro lembranças
das quais nem mais fazíamos idéia de
que estavam aqui, grudadas à flor da pele.

O cheiro da chuva.
Me leva laaaaaaaaaá na infância, banho de chuva, a terra molhada.
Um perfume inesquecível.
É, lembrança de quem já foi, de quem permaneceu..... um amor, uma dor.....
uma bala.
Às vezes lembra beijo, pra uma amiga, lembra sede!
uma fábrica de bolachas, exalando biscoito de chocolate
por todo o bairro.
........
Pão quentinho! Café da manhã!
Café! Mãe
Maria fidida? Onde esse bichinho tá escondido?
Cachorro molhado? Quando a gente vai acampar e deixa a roupa molhada dentro da barraca.
Pipoca. Cinema, parque de diversão, a tiazinha da facul que faz pipoca com provolone, o dia do teatro municipal.. xiiiiiii, tanta coisa.

E tudo isso?
lembra saudade.







Ahhhh! e um agradecimento pela participação super especial da Rô, a amiga que quando sente cheiro de bala, tem sede! Bjo!
http://www.fotolog.com/estrutural

16 setembro 2006


"Sim, minha força está na solidão. Não tenho medo nem de chuvas
tempestivas
nem das grandes ventanias soltas
pois também sou escuro da noite.
Embora não aguente bem ouvir um assovio no escuro, e passos."

Clarice em A hora da estrela
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Olho ao redor.
Passaram-se cinco dias e nenhuma palavra proferida.
SIm, o tempo correu.
Fui, voltei.
As pessoas continuaram a andar de trem,
trabalhar
comer, dormir
sobreviver.
Muitas condenadas a animalidade.
Porque o ser humano não se vê animal.
Não enxerga o quanto de bicho
contém sua existência.
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sobreviver:
escapar; subsistir; resistir.
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viver:
TER VIDA; EXISTIR.
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Não, não é uma quetão de simples escolha.
A vida neste mundo transborda nossos desejos
e escapa, fluída.
Lutamos pra ter ViDa
Acabamos escapando dela,
correndo pelos labirintos pra talvez
alcançar sabe-se lá o que.
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Quero só existir.

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13 setembro 2006

ói, ói o trem........



Tô no trem.
Eeee trem .... boas histórias!
inclusive a minha.
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Vagarosamente sobre os trilhos,
dividida com choros infantis, vozes estridentes,
cochichos, sonos, muiiiitos sonos
de quem trabalha longe de casa.
E vidas como a minha. E a tua.
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Um casal de namorados
troca os carinhos próprios do amor.
E os sonhos.
A senhora, rosto marcado pelos anos a fio
dentro do trem,
Divide conosco a sua versão da história.
A criança, embalada, já não chora mais.
A maioria viaja calada. Apertada.
Fechada num mundo particular.
Ou tampada pelos fones de ouvido
que tazem a trilha sonora dessa viagem.
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Já estamos longe do centro.
A paisagem urbana se modifica
na velocidade da composição.
o sol baixo, capaz de iluminar o fim da tarde,
ainda brilha.
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"Estamos indo de volta pra casa"
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E a senhora, aquela, continua
a contar sua história.
E o vagão?
Se enche de vida.
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fotenha fm noticias.terra.com.br

10 setembro 2006

hOmeNAgeMzinhA

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ao longe te vi.
entretanto, foi de perto que te quis.
Passeando por entre meus pensamentos tolos,
aqueles,
que não dividimos com quase ninguém....
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Com teu sorriso fácil
com tua quietude
e tua sensiblidade
que capta as palavras não ditas,
os sentires disfarçados e
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ocupa, timidamente, espaços outrora
cerrados, por conta de histórias passadas
que nos deixam menos ingênuos diante dos
desenganos do coração.....
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não, não, não
ainda não é isso.
as palavras? onde estão as palavras?
fugiram-se todas!
mas logo agora?
logo agora que queria saber te dizer!
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te gosto
talvez seja suficiente."





Escritor anônimo pra alguém especial num dia também especial.
desenho gentilmente cedido, mais uma vez, pela Rô.
http://www.fotolog.com/estrutural












02 setembro 2006


Ainda me pergunto o porquê
de ter aguentado tanto tempo.

Não recebia nada
a não ser
laços e mais laços.
Dos quais não me desfiz.

Agora, sentanda a frente
da grande janela para o mundo,
reflito sobre as injustiças:
Aquelas do cotidiano, as quais não temos
quase nenhum controle - a miséria, a indústria da violência, da fome, da seca... -
E, sobretudo aquelas das quais sou responsável:
A minha miséria e a minha fome.

Não, não se trata da penúria do corpo.
Há momentos em que a alma se sente em falta.
Há dias em que tudo anda ordinariamente calmo. ou caótico.
Já não sei mais.
Estou cansada.



Foto cedida by rô