12 julho 2010

Descoberta 1





"Talvez esse tenha sido o meu maior esforço de vida: para compreender a minha não-inteligência, o meu sentimento, fui obrigada a me tornar inteligente. (Usa-se a inteligência para entender a não-inteligência. Só que depois o instrumento - o intelecto - por vício de jogo continua a ser usado - e não podemos colher as coisas de mãos limpas, diretamente na fonte.)" 
O uso do intelecto in Aprendendo a viver de Clarice Lispector








É simplesmente incrível como Clarice conversa comigo.
Sempre a encontro em momentos de descoberta ou esconderijo de mim mesma.
Todo o esforço que venho fazendo é para isso: beber direto da fonte!
Mas ela acaba de me abrir os olhos e dizer: "não tem volta".

Como sentir se a razão já entupiu os sensores mais finos?
Se estamos viciados a manipular racionalmente
cada lampejo de sentimento?

(chama e ninguém atende)
Estamos trabalhando para isso...



Imagem: Descobrimento do Brasil, Portinari


Um comentário:

Thaís Nozue disse...

Lindo...
Eu mesmo respiro Clarice 24 horapor dia: A Maria e a Lispector.
Depois te empresto a biografia.